sábado, 24 de agosto de 2013

Eu

Sei lá o que acontece, sabe aqueles dias que sentimos nostalgia, saudades do que vivemos e do que não vivemos. Não é tristeza, é algo sem explicação, sem pé, nem cabeça. Talvez também a falta dos meus amigos de verdade, daqueles que passamos um dia conversando, sem parar, sem cansar.

Só sei que andamos carentes de pessoas interessantes e quando nos deparamos com uma, ficamos babando e meio que apaixonando mesmo, nem sei se essa palavra existe...Quero mais gente assim do meu lado, preciso, necessito.

Tem dias que há momentos de imensa alegria, mas ficar nisso o tempo todo não é verdadeiro, é meio falso, é meio esquisito. Então o melhor é vivenciar esse sentimento que existe no momento. Daqui a pouco passa e outras coisas aparecem. É assim que sou, meio doce, meio amarga, porém nunca sem sal...


"Ave de Prata", por Filipe Catto

Já era apaixonada pela música e agora essa interpretação que invade a alma...Daquelas que escutamos mil vezes sem cansar.


Ave de Prata - Zé Ramalho

É muito mais do que muito
Muito mais do que quantos anos todos piorei

É muito mais do que mata
Muito mais do que morrem todos pela planta do pé
É muito mais do que fera
Mais do que bicho quando quer procriar
Uma espécie, sementes da água, mistérios da luz
Émuito mais do que antes
Mais do que vinte anos multiplicar
Dividir a mentira
Entre cabelos, olhos e furacões
Inventar objetos
Pela esfinge quando era mulher
Ave de prata
Veneno de fogo
Vaga-lume do mar
O mar que se acaba na areia
Gemidos da terra apoiados no chão
Entre todos que usam os dentes do arpão
Apoiados em cada parede pela mão
Pela mão que criou tantas trevas e luz
e cada coisa perdida
Perdidamente pode se apaixonar
Pela última vida
Poucos amigos hão de te procurar
Como é o silêncio?
E nesse momento, tudo deve calar
numa história que venha do povo
O juízo final


sábado, 11 de maio de 2013

O Direito ao Delírio

Sendo eu uma eterna sonhadora fico feliz em poder compartilhar um hino ao sonhador. Bela escolha para a véspera do dia das mães. Mães que sonham com um futuro feliz para seus filhos, mães como as do texto, da Plaza de Mayo, que são um exemplo de saúde mental porque elas se negaram a esquecer nos tempos de amnésia obrigatória.




EDUARDO GALEANO, O DIREITO AO DELÍRIO


No século vinte e um,

se ainda estamos aqui,

todos nós seremos gente do século passado

e, pior ainda, seremos gente do milênio passado.

Ainda não podemos adivinhar o tempo que será,

sim que temos, ao menos, o direito de imaginar

o que queremos que seja.

As Nações Unidas proclamaram

extensas listas de direitos humanos,

mas a imensa maioria da humanidade

não tem mais que o direito

de ver, ouvir e calar.

Que tal se começarmos a exercer o jamais proclamado

direito de sonhar?

Que tal se deliramos por um tempinho?,

ao fim do milênio,

vamos fixar os olhos mais além da infâmia

para adivinhar outro mundo possível:

O ar estará limpo de todo veneno que não venha

dos medos humanos e das humanas paixões.

As pessoas não serão dirigidas pelo automóvel,

nem serão programadas pelo computador,

nem serão compradas pelo supermercado,

nem serão assistidas pelo televisor.

O televisor deixará de deixar de ser

o membro mais importante da família.

As pessoas trabalharão para viver,

em lugar de viver para trabalhar.

Se incorporará aos códigos penais

o delito de estupidez,

que cometem os que

vivem para ter ou para ganhar,

em vez de viver

por viver e só.

Como canta o pássaro,

sem saber que canta,

e como brinca a criança,

sem saber que brinca.

Em nenhum país irão presos os rapazes

que se neguem a cumprir o serviço militar,

mas os que queiram cumpri-lo.

Os economistas não chamarão nível de vida

ao nível de consumo;

nem chamarão qualidade de vida

à quantidade de cosas.

Os cozinheiros não mais acreditarão

que as lagostas adoram que as fervam vivas.

Os historiadores não acreditarão mais

que os países adoram ser invadidos.

O mundo já não estará em guerra contra os pobres,

mas contra a pobreza.

E a industria militar não terá mais remédio

que declarar-se falida.

A comida não será uma mercadoria,

nem a comunicação um negócio.

Porque a comida e a comunicação

são direitos humanos.

Ninguém morrerá de fome,

porque ninguém morrerá de indigestão.

As crianças de rua não serão tratados

como se fossem lixo,

porque não haverá crianças de rua.

As crianças ricas não serão tratadas

como se fossem dinheiro,

porque não haverá crianças ricas.

A educação não será o privilégio

dos que possam pagá-la,

e a polícia não será a maldição

de quem não pode comprá-la.

A justiça e a liberdade,

irmãs siamesas,

condenadas a viver separadas,

voltarão a juntar-se,

voltarão a juntar-se bem grudadinhas,

costa contra costa.

Na Argentina, as loucas da praça de maio

serão um exemplo de saúde mental,

porque elas se negarão a esquecer

os tempos da amnésia obrigatória.

A perfeição,

a perfeição continuará sendo

o aborrecido privilégio dos deuses.

Mas neste mundo,

neste mundo desajeitado e fodido,

cada noite será vivida

como se fosse a última,

e cada dia como se fosse o primeiro.

A UTOPIA é como o horizonte.

Nós o vemos ao longe,

nunca o alcançaremos,

mas serve para que

continuemos a caminhar.

(Fernando Berri)

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Bolo de Nutela

Dia desses postei no Facebook, uma receita de Bolo de Nutella que causou um certo alvoroço entre meus amigos, pois a imagem era de babar. Já que fez sucesso compartilho aqui também, inclusive a bela imagem, rs. 

Fica a dica:
A vida deve ser comparada a uma delicioso bolo de Nutella. Que a gente acaba não resistindo...

E como diria Oscar Wilde "Posso resistir a tudo, menos a tentação". As desilusões, frustrações e desencantos não podem impedir que a vida continue sendo doce.

Bon Appetit.



Bolo de Iogurte e Nutella


INGREDIENTES

1 pote de iogurte natural de 170 g

3 ovos

1 pote (do iogurte) de açúcar

1 pote (do iogurte) de chocolate em pó

3 potes (do iogurte) de farinha de trigo

1 colher de sopa de fermento

1 ou 2 potes de 350 g de nutella para rechear e cobrir (se quiser cobrir e rechear use 2)

1 pote (do iogurte) de óleo. Obs.: coloquei menos e deu certo.

MODO DE PREPARO

Não precisa de batedeira, pode ser feito a mão.

Em uma tigela misture com um batedor os ovos e o iogurte

Acrescente o óleo e o açúcar e misture bem

Coloque o chocolate e a farinha aos poucos, misturando.

Por último o fermento

Coloque em forma de 20 cm de diâmetro, untada e enfarinhada.

Asse em forno preaquecido, a 180 graus, por aproximadamente 40 minutos, ou até furar com um palito e sair limpo.

Se desejar rechear, corte o bolo ao meio e coloque nutella, senão apenas cubra.

Coloque a outra parte do bolo e cubra todo com nutella.