sábado, 12 de março de 2011

O que o vento não levou...


No fim tu hás de ver que

as coisas mais leves são as únicas

que o vento não conseguiu levar:


um estribilho antigo,

um carinho no momento preciso,

o folhear de um livro de poemas,

o cheiro que tinha um dia

o próprio vento...


Mário Quintana






Música e vídeo de F.C.Perini
New Age Music
http://www.fcperini.com/

sexta-feira, 4 de março de 2011

O fato se dissolve...


Sempre que leio ou vejo alguma coisa interessante, bonita, enfim... fico pensando em repassar, compartilhar, pois imagino que possa somar de forma positiva à vida das pessoas que visitam este blog e assim vou repartindo o que recebo de bom da vida.

Foi então que dia desses revi o discurso de posse da Presidenta Dilma e algumas frases escolhidas que são de autoria do grande romancista Guimarães Rosa. Foi um personagem dele, o Riobaldo de Grandes Sertões: Veredas que diz:

"O fato se dissolve. As lembranças são outras distâncias. Eram coisas que paravam já, à beira de um grande sono. A gente cresce sempre, sem saber para onde."

"O correr da vida embrulha tudo, a vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem."

"O senhor sabe o que silêncio é? É a gente mesmo, demais. Vivendo se aprende, mais, é só a fazer outras maiores perguntas. A gente sabe mais, de um homem, é o que ele esconde. A gente só sabe bem aquilo que não entende. Amor é a gente querendo achar o que é da gente."

"Queria entender do medo e da coragem, e da gã que empurra a gente para fazer tantos atos, dar corpo ao suceder. O que induz a gente para más ações estranhas, é que a gente está pertinho do que é nosso, por direito, e não sabe, não sabe, não sabe!"

"Hê, de medo, coração bate solto no peito; mas de alegria ele bate inteiro e duro, que até dói, rompe para adiante na parede."

João Guimarães Rosa
(Grande Sertão: Veredas)